RELAXAMENTO

Por Lucile de La Reberdière

Em https://www.annuaire-therapeutes.com/index-des-disciplines

O relaxamento, a ciência da descontracção.

O relaxamento conduz a um estado de descontracção geral, na maioria dos casos através de técnicas de respiração ou de visualização. O termo engloba um leque de métodos e exercícios variados que visam a tomada de consciência da existência de tensões físicas e mentais de forma a libertá-las. O relaxamento, como o entendemos na actualidade, inspira-se em correntes de influências diversas, como a psicologia e a meditação. Praticado regularmente, o relaxamento permite melhorar a qualidade de vida e tem resultados comprovados a nível da saúde.

Para quem e para quê?

O relaxamento deve ser compreendido como um princípio terapêutico. Seria mais correcto o termo “técnicas de relaxamento” de tal forma o seu campo de acção congrega uma vastidão de práticas. Todas elas têm um objectivo comum: induzir um relaxamento do corpo e do espírito, reduzindo o estado de alerta, assim como a tensão nervosa e muscular.

O psiquiatra e neurologista alemão JH Schultz foi pioneiro a estruturar a definição de relaxamento, com o seu “treino autógeno” em 1932. Desde o final do séc. XIX que a hipnose era a prática clínica psicanalítica comum e Schultz, contrariando esta tendência, centrou a sua abordagem não na hipnose, mas no relaxamento.

O seu objectivo era propor uma alternativa às terapias longas e dotar o paciente de autonomia recorrendo a exercícios auto-induzidos. O treino autógeno continua a ser praticado, mas serviu sobretudo como substrato para numerosas técnicas de relaxamento. A sofrologia, fundada nos anos 60, a meditação, trazida da Índia nos anos 70 ou, mais recentemente a auto-hipnose e a coerência cardíaca, são igualmente práticas reconhecidas para libertar o stress em alguns minutos, a sós ou com a ajuda de um terapeuta. O relaxamento é dirigido a todas as pessoas que se confrontam com stress, fobias, dores ou insónias. É também uma óptima ferramenta para trabalhar o auto-conhecimento.

Algumas informações úteis sobre uma sessão:

A grande diversidade de técnicas disponíveis em consultório terapêutico não nos permite definir uma forma única de praticar o relaxamento. Todas, no entanto, se focam na atenção às sensações corporais, como reflexo da combinação entre observação consciente e respiração. Pretende-se criar um distanciamento em relação à tensão ou emoção vivida como negativa e concentrar-se no ritmo da respiração de forma pragmática, por exemplo: o ar fresco que entra pelas narinas e o ar quente que delas sai.

Encontram-se cada vez mais sessões de relaxamento guiadas pela voz do terapeuta. O paciente é convidado a sentar-se ( ou deitar-se) confortavelmente e a fechar os olhos. Respira naturalmente fazendo um scan mental das diferentes partes do corpo, sem comentários, nem julgamento, em equanimidade. A respiração amplia-se para agir directamente sobre o ritmo cardíaco e a circulação sanguínea. Podem ser utilizadas visualizações simbólicas (imagem de um lago calmo para representar a serenidade, por exemplo), fazer um trabalho imagético para projectar um cenário positivo face a um medo preciso (intervenção cirúrgica, medo do futuro), etc.

Apesar de parecer uma técnica passiva, o relaxamento necessita do envolvimento do paciente, como único meio de permitir a eliminação total da angústia, e favorecer o relaxamento profundo, o repouso e, numa fase posterior a recuperação.

Apesar de existirem inúmeras formas de relaxamento propostas por via digital (apps, vídeos, etc.), só o acompanhamento profissional permite compreender a origem do bloqueio e superá-lo.

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