Por Caroline Morel
Em https://www.annuaire-therapeutes.com/index-des-disciplines
Com comentários entre chavetas e parênteses rectos por Manuela Godinho.
O reiki é uma prática que visa reactivar as capacidades de auto cura pelas técnicas de relaxamento [depois de internamente meditar e ligar-se à energia universal, o terapeuta entra num estado de serenidade interior e fica disponível para ser um canal de energia divina] e de aplicação das mãos {as mãos não precisam de estar sobre o paciente; há zonas sensíveis}.
Esta abordagem holística de harmonização energética é de origem japonesa e baseia-se sobre o facto de que os objectos, os seres vivos de todo o universo são energia. Para o Reiki, esta energia de que também somos feitos, deve circular livremente no nosso organismo para assegurar o nosso bem-estar e a nossa saúde física e emocional. Ao contrário do magnetismo, em que o terapeuta se apoia na sua própria energia para ajudar a circulação energética a fazer-se livremente, o Reiki utiliza a energia que nos rodeia {deveria ser expresso que é energia pura; referir energia divina pode chocar algumas pessoas; a energia que nos rodeia pode ser boa ou má; reiki significa, entre outras coisas em japonês, energia espiritual ou universal. Koyama Kimiko, anterior presidente da Usui Reiki Ryôhô Gakkai [sociedade do método de cura da energia espiritual Usui], disse ao seu estudante Doi Hiroshi que “Reiki é a luz do amor”} e vai pô-la à disposição do paciente para que produza nele um bem-estar físico, espiritual e emocional.
Numa sessão de Reiki, o praticante concentra-se na energia universal e com a ajuda dum toque relaxante [não é necessário] e por vezes de símbolos e de mantras {o paciente não necessita de ver os símbolos a serem executados e os mantras a serem ditos; a serem feitos, são sempre feitos antes do paciente estar na sala ou então quando este já está instalado e de preferência, de olhos fechados}, redirige essa energia para as diferentes partes do corpo do paciente.
Ajuda também o paciente a encontrar os recursos que possui interiormente e ensina-lhe a dominar o seu circuito energético, a fim de libertar as tensões físicas ou psicológicas surgidas do bloqueio das energias internas. O tratamento através do Reiki pode ter uma base espiritual mas não está ligado a nenhuma religião específica.
Uma sessão: para quem e para quê?
Segundo a prática Reiki, a seguir a choques ou a emoções por que passamos, a energia que circula no nosso organismo, ficará bloqueada. Se estes bloqueios persistirem, podem desenvolver dores que se poderão manifestar mais tarde como doenças. O praticante Reiki vai então restabelecer o equilíbrio energético, realinhar o campo vibratório e retirar as energias perversas do organismo do consultante. Ao libertar os nós energéticos, vai também dar energia ao organismo para agir sobre todos os planos.
Assim, no plano físico, o Reiki vai permitir ao organismo reencontrar o seu dinamismo e revitalizá-lo. Pode mostrar-se útil para os cortes, as queimaduras, os golpes, as pústulas, certas dores de costas ou dores de dentes {é muito útil como primeiros socorros e é já usado em muitos estabelecimentos hospitalares em terapia da dor}. Pode também reforçar o sistema imunitário e favorecer a eliminação de toxinas. Isso pode ajudar as pessoas que fazem tratamentos agressivos.
No plano emocional, o Reiki vai contribuir para baixar a carga emocional e permitir à pessoa recentrar-se e desembaraçar-se de energias negativas como a ansiedade, a cólera, a inquietação ou o stress, e reencontrar a serenidade e a clareza de espírito. No plano psicológico, o Reiki pode igualmente ter um papel dinamizador para restituir o moral e tornar a pessoa mais adaptada.
Ao nível espiritual, permite que ela se ligue ao meio que a rodeia para melhor compreender o que lhe fizeram, o que lhe disseram, o que pensaram dela e ter mais confiança em si.
Por fim, ao nível energético, o Reiki vai corrigir as deficiências, acalmar os híper-funcionamentos presentes no corpo energético, o que permite ao organismo reencontrar as suas capacidades de auto-cura. Os problemas aos quais esta terapia se dirige são, portanto, múltiplos.
Algumas informações úteis sobre uma sessão.
Com quem?
Existe um grande número de escolas de Reiki. Diferenciam-se pela abordagem mais ou menos espiritual da terapia ou pelos protocolos da formação. A grande parte das técnicas Reiki baseiam-se no Reiki tradicional, chamado Reiki Usui, que deriva do nome do seu fundador. Também se lhe refere como Reiki japonês.
Existem outros ramos de Reiki, conhecidos com o nome de Reiki ocidental ou Reiki New Age. (…) Em todo o caso, recomenda-se que se escolha um praticante cuja competência profissional possa ser verificada porque se deve ter em conta que algumas práticas de Reiki podem levar a desvios sectários {há, de facto, um número vasto de ramos mais ou menos ligados ao Reiki japonês, alguns com marca registada como, por exemplo, Tera-Mai™ Reiki e Tera-Mai™ Seichem; há também o Reiki tibetano e o Reiki Satya, ensinado em Poona, na Índia; no entanto, do que se deve desconfiar é de um praticante que exige grandes quantidades de dinheiro e de inúmeras sessões}. Um praticante que seja transparente sobre a sua formação, o seu curso e a sua prática, parecerá, portanto, mais sério.
Existem quatro níveis de conhecimento e de perícia no Reiki {novamente, a autora francesa refere-se ao Usui Shiki Ryôhô [em japonês, Método de cura da via Usui], que era o nome usado por Hawayo Takata em todos os certificados que emitia; há, no entanto, alguns ramos de Reiki que usam o termo Usui Shiki Ryôhô e que apresentam variações nos ensinamentos.
Hoje em dia a maioria dos praticantes de Reiki afirmam que ensinam o Reiki Usui ou o sistema natural de cura Usui. Por estes termos referem-se a aspectos do Usui Shiki Ryôhô e não aos ensinamentos de Takata na sua integridade}.
Os dois primeiros níveis (Shoden {significa primeiros ensinamentos em japonês} e Okuden {significa ensinamentos internos/interiores ou esotéricos} são para aqueles que querem aprender a dominar a energia e os símbolos. Só a partir do terceiro nível de iniciação {Shinpiden I [significa conhecimentos misteriosos]} é que se pode trabalhar como praticante {pago: aliás, é importante que o aluno de Reiki, além de praticar em si mesmo, comece a praticar com outras pessoas, mesmo a partir do 1.º Nível a fim de ganhar prática e maior conhecimento das energias}. O 4.º Nível { Shinpiden II} está reservado para aqueles que decidem ensinar e tornarem-se Mestres em Reiki.
Desenvolvimento duma sessão
Em geral a 1.ª sessão dura uma hora e meia, mas as sessões seguintes durarão à volta de uma hora. Após uma conversa com o consultante, o praticante de Reiki colocará as mãos em diversos pontos do corpo, da cabeça aos pés. O praticante não precisa de tocar o consultante que está deitado de costas, a colocação das mãos pode fazer-se a alguns centímetros do corpo {o paciente também não precisa de tirar a roupa, apenas os sapatos e objectos que possam interferir com a circulação da energia; o paciente pode ficar sentado ou deitado, embora deitado seja a posição mais comum e mais fácil para se ter acesso a todo o corpo do consultante}. O praticante concentra-se sobre diversos pontos que são, muitas vezes, pontos energéticos {relacionados com os meridianos de acupunctura; Mikao Usui praticou do-in ou tuina [massagem chinesa, disciplina que faz parte da Medicina Tradicional Chinesa]} e passa cerca de 3 minutos sobre cada ponto. Logo que se verifica um local particularmente doloroso, o praticante passa mais tempo sobre essa zona. Após uma sessão, há um momento consagrado ao descanso e à troca. Alguns pacientes podem sentir fadiga no fim da sessão, outros sentir-se-ão imediatamente descontraídos e revitalizados. Para um simples relaxamento geral, chega uma sessão. Para um problema mais complexo que bloqueia a energia mais profundamente, deve contar-se com à volta de 4 sessões a serem feitas de maneira intensiva (várias vezes por semana).
NOTA: o Reiki não se dirige só aos humanos, a energia universal pode ser aplicada em animais, nas plantas e nos minerais; alguns praticantes trabalham também à distância {nesse caso a sessão terá uma duração de cerca de vinte minutos; os animais sabem sempre quando já não precisam de mais}.
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