NATUROPATIA

Redigida por Marie Courtneau

Em https://www.annuaire-therapeutes.com/index-des-disciplines;

anotações entre chavetas e itálico de Manuela Godinho; observações a laranja adaptadas do site do Instituto de Medicina Tradicional

A Naturopatia: prevenir e reforçar as capacidades naturais de auto-cura

Esta abordagem preventiva visa optimizar a saúde global do paciente por todos os meios naturais possíveis. Se a doença está instalada, o acompanhamento procurará o mais possível estimular os processos naturais de regeneração com vista a uma segura auto-cura. Esta medicina não convencional assenta no espírito de Hipócrates, médico grego que viveu há 2500 anos e pai da medicina ocidental {que o teu alimento seja o teu remédio e que o teu remédio seja o teu alimento}. As origens da naturopatia estão portanto associadas à Grécia antiga e ligadas ao “Corpus Hipocrático” que são Primum non nocere (em 1.º lugar, não fazer mal), Vis medicatix naturae (o poder de cura da natureza), Tolle causam (tratar a causa) e Docere (ensinar).

A naturopatia apoia-se, além disso, em cinco fundamentos: o vitalismo (a importância da energia vital), o humorismo (a ciência que estuda os humores que circulam no organismo: sangue, linfa…), o higienismo (a boa higiene corporal e alimentar e o contacto com a natureza), o causalismo (procurar as causas profundas dos problemas) e o holismo (abordagem global do homem). Os papéis da naturopatia são, simultaneamente, prevenir activamente, educar sobre saúde, completar a acção da comunidade médica (no respeito pelo diagnóstico do médico e dos tratamentos) e estimular a energia vital do paciente ao ajudá-lo a mudar os seus hábitos de vida através de curas naturopáticas.

O Parlamento europeu reconhece esta medicina não convencional desde 1997 e a OMS (Organização Mundial da Saúde) considera-a como uma medicina tradicional no mesmo nível que a medicina tradicional chinesa e a medicina ayurvédica.

Uma sessão para quem e para quê?

A naturopatia é um sistema terapêutico que tem por objectivo, antes de mais, estimular os mecanismos corporais de auto cura. Estamos aqui numa atitude preventiva visando melhorar a saúde do paciente de maneira natural ao adoptar uma abordagem holística (por exemplo, a melhoria da alimentação). Portanto, não estamos perante uma abordagem que consiste em atacar frontalmente os males físicos ou psíquicos. A naturopatia pode integrar elementos das medicinas alternativas mas também da medicina convencional.

A naturopatia dirige-se a todos aqueles que querem tomar conta da sua própria saúde. Problemas digestivos e intestinais, perturbações do sono, problemas respiratórios, insuficiências venosas, síndromas pré-menstruais, infecções urinárias de repetição, manifestações alérgicas, reumatismais, fadiga crónica ou ainda depressão: o campo de acção é vasto mas atinge os seus limites aquando do enfraquecimento do paciente (a sua energia vital é então insuficiente). O recurso à alopatia impõe-se, bem entendido, em caso de urgência e em todas as doenças degenerativas {questionável: algumas medicinas naturais são efectivas; a medicina alopática não tem resposta} ou lesionais {aqui também há respostas na MTC – medicina tradicional chinesa e MA – medicina ayurvédica}. 

Algumas informações úteis sobre uma sessão

Com quem

Contrariamente à Alemanha, onde os “Heilpraktiker {heil=cura; praktiker=praticante}” são praticantes reconhecidos e integrados no sistema de medicina alemã, em Portugal a Naturopatia tem o seu enquadramento legal tanto na Lei 45/2003 como na Lei 71/2013, que vem regular a primeira e cujo processo de regulamentação ainda se encontra em curso, estando ainda enquadrada na Lei de Bases de Saúde (Base 26 – Terapêuticas Não Convencionais). Portugal tem dado importantes passos no sentido da total integração da Naturopatia no seu Sistema Nacional de Saúde, seguindo directivas específicas da Organização Mundial de Saúde. Para o exercício legal da profissão de Naturopata, o terapeuta deve ter uma cédula profissional, definitiva ou provisória. Para conhecer o mecanismo de obtenção desta cédula profissional deve contactar-se a ACSS – Administração Central do Sistema de Saúde (http://www.acss.min-saude.pt/2016/09/23/terapeuticas-nao-convencionais/).

Lembramos que o naturopata não é médico e, portanto, não pode fazer um diagnóstico. Nunca deve pedir ao paciente que pare um tratamento prescrito pelo médico de família, tentar vender-lhe revistas ou assinaturas ou mesmo orientá-lo para certas correntes filosóficas ou religiosas {o mesmo se aplica a qualquer profissional de saúde em relação aos três últimos casos citados}.

Desenvolvimento duma sessão

A primeira visita ao naturopata é longa (mais ou menos hora e meia) e começa por um balanço essencial (morfologia, estudo do pulso, iridologia, apreciação do terreno…) durante o qual o praticante procura determinar a constituição do paciente, o seu temperamento e a sua vitalidade. Em seguida o naturopata propõe um plano de acção personalizado (programa de higiene vital) que inclui, em primeiro lugar, os regulamentos nutricionais e/ou curas sazonais mas também exercício físico, relaxamento ou respirações. Com efeito, o protocolo do tratamento pode levar a uma modificação do estilo de vida.

De notar que o tratamento duma determinada patologia pode variar de praticante para praticante.

O Naturopata, em especial, é um profissional de medicina natural generalista muito procurado pelo público em geral para o tratamento e prevenção de diversas patologias. É igualmente procurado por outros profissionais de saúde, no sentido de complementar as suas terapêuticas, pois a abordagem do Naturopata permite uma integração competente com diversas áreas e é conducente à mudança e adequação de hábitos de vida saudáveis.

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