Por Lucile de La Reberdière
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Reencontrar o seu testemunho interior
Tradicionalmente associado à espiritualidade - pelo recolhimento próximo da oração que instaura - a meditação assemelha-se hoje a práticas relativamente semelhantes que visam gerar estados de relaxamento, tendo em vista um melhor auto-conhecimento.
Uma sessão para quem e para quê?
Praticada há milénios por monges e sábios de todas as tradições, a meditação goza de grande notoriedade no Ocidente, graças à chegada das filosofias orientais desde os anos de 1970, como o budismo e o yoga. O princípio da disposição para o silêncio e para a anulação da “vontade” que a caracteriza encontraram um eco crescente nas nossas sociedades vítimas de stress. A meditação consiste na observação de pensamentos, sensações e emoções e no seu acolhimento sem julgamento nem comentário.
A dificuldade encontrada pela maioria dos principiantes reside na dificuldade de atingir um certo estado de acalmia. Ora, meditar significa justamente não procurar nada mas aceitar o que se apresenta no momento, incluindo a própria agitação. A sua definição e o seu principal interesse terapêutico provêem da função de “testemunho interior” de que permite tomar consciência. Com a prática, a meditação ajuda a criar um recuo em relação ao ruído mental e a colocar à distância as emoções, sobretudo as negativas. Opera um desprendimento que ajuda igualmente à dissociação de dores físicas. A atenção prestada ao sopro e à respiração são fundamentais nesse processo.
Vários estudos em neuro-ciências validam a sua acção no cérebro: a meditação permite estimular e restaurar as ligações sinápticas dos neurónios e retardar o seu envelhecimento natural, que o stress tem tendência para acelerar. A meditação favorece a bondade, o sono, a digestão; acalma a respiração, cuida do músculo cardíaco e ajuda a harmonizar as relações. Abre a uma filosofia de vida mais consciente.
Algumas informações úteis sobre uma sessão
Várias escolas, correntes e técnicas procuraram dar um nome à meditação, mas essas várias designações designam a mesma coisa: ver no interior de si. Apesar de indexadas a área geográfica cultural (Ásia, Índia, Califórnia, Médio Oriente…) essas abordagens não estão forçosamente ligadas a uma prática religiosa, mas sim a uma espiritualidade universal em que o Eu observado se confunde com um princípio divino, ou seja, global.
Podem ser referidas a meditação de plena consciência ou Mindfulness, que nasce no século XX na Califórnia, a meditação Zazen japonesa, a meditação Transcendental vinda da Índia, a meditação Vipassana, ligada ao budismo. São praticadas na posição sentada de pernas cruzadas, em silêncio, de olhos fechados ou semi-cerrados, por vezes estando virado para uma parede. No entanto, a dança Derviche, com origem no islão, pode ser considerada uma meditação em movimento.
Para facilitar o estado meditativo, tenta-se sentir a passagem do ar na inspiração e na expiração ou praticar respirações alternadas, como no Yoga. Na meditação não existe duração fixa nem “terapeuta” porque pode ser praticada em casa ou em sessões colectivas, em estúdios de yoga, em estágios residência, em ateliês, em centros de prática, mas também no trabalho ou na escola.
Algumas aplicações móveis facilitam a iniciação de cada um.
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