(OU TERAPIA PELAS SANGUESSUGAS)
e texto tb por Isabel Silva
As sanguessugas aspiram o sangue mau
Do latim "hirudo" que significa "sanguessuga", hirudoterapia é o uso na medicina desses pequenos animais invertebrados pertencentes à família dos vermes. A sua utilização para a cura é ancestral e remonta ao antigo Egito e à China antiga. A técnica natural envolve o uso da picada de sanguessugas para liquefazer o sangue e descongestionar o tecido necrótico. A prática é semelhante ao princípio da sangria, usada desde a Idade Média para purificar o corpo.
Uma sessão com um hirudoterapeuta: para quem, para quê?
Com duas ventosas e três mandíbulas, a sanguessuga exerce pequenas mordidas quando colocada na superfície da pele. Essa reação causa dois fenômenos em humanos: por um lado, ativa a circulação sanguínea, que ajuda a afinar e limpar o sangue ao descongestionar os vasos do tecido. Essa drenagem estimula a produção de glóbulos vermelhos, o que potencializa a purificação dos emunctórios. Também dissolve coágulos sanguíneos, reabsorve edemas e fortalece a cicatrização da pele.
Por outro lado, a sanguessuga injeta a sua saliva, que contém enzimas com propriedades anticoagulantes, antiinflamatórias e analgésicas. Estas substâncias, cujos benefícios são objecto de numerosos estudos científicos, actuam nas dores articulares e musculares como entorses, tendinites e osteoartrose. As suas virtudes também são comprovadas em doenças venosas, como varizes, tromboflebites ou hemorroidas, prevenindo assim doenças cardiovasculares. São ainda recomendados para furúnculos e abcessos. Além de um suporte eficaz do sistema imunológico, as suas muitas aplicações terapêuticas fazem da hirudoterapia uma disciplina regularmente usada em departamentos de cirurgia plástica de hospitais.
Algumas informações úteis sobre uma sessão
A hirudoterapia é praticada no consultório de um hirudoterapeuta, que pode ser naturopata, praticante de medicina chinesa, reflexologista ou clínico geral. Uma ou mais sanguessugas podem ser usadas durante a sessão. Feita a mordida, o animal encharcado de sangue (10 a 15 ml) desprende-se. A picada, muito ligeiramente dolorida, lembra uma queimadura de urtiga. O sangramento, da área, às vezes profuso e podendo durar até 12 horas após o tratamento, é normal e desejável.
É imprescindível consultar um profissional que trabalhe com sanguessugas criadas em laboratório (como o Ricarimpex em Bordeaux), que deve ser capaz de fornecer um certificado de rastreabilidade desde o nascimento. Uma sanguessuga atua apenas uma vez e não pode ser reutilizada noutra pessoa, devido ao risco patogénico associado às bactérias que elas contêm naturalmente no seu trato digestivo.
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