FITOTERAPIA

Por Marie Courtneau

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Fitoterapia: a medicina pelas plantas

O uso medicinal de plantas existe desde os tempos mais recuados em todas as grandes civilizações e o universo vegetal está longe de ter cedido todos os seus segredos. Há cerca de 350.000 espécies reportadas no planeta, mas só é conhecida a composição química de 1% delas. Desde meados do século XX a indústria farmacêutica afastou as plantas a favor de medicamentos considerados mais modernos. Ora, mesmo sendo concebidos muitas vezes a partir de plantas (caso da aspirina, morfina ou quinino) a fitoterapia difere completamente desses medicamentos porque privilegia o princípio do totum vegetal (o conjunto de todas as suas moléculas) que é sempre superior no seu efeito, ao de moléculas isoladas. Por exemplo o ácido acetilsalicílico (o composto da aspirina) é uma substância activa da Filipêndula ulmaria e do salgueiro. Sob a forma de medicamento esta molécula pode levar a queimaduras gástricas. Ao contrário disso, a planta inteira de que é retirado, contém taninos que protegem o estômago e permitem reduzir a dor e a febre sem o risco dos efeitos secundários na esfera gástrica. No entanto todas as plantas são poderosas e a sua toma prolongada requer conselho de um profissional de saúde, idealmente um fitoterapeuta. São ainda raros e a profissão de ervanário desapareceu praticamente em vários países (em França por exemplo a profissão e o diploma respectivo foram abolidos em 1941).

Para quê e para quem

Medicina milenar, a fitoterapia dirige-se a todos, quer na prevenção quer no tratamento de problemas do quotidiano ou como acompanhamento de tratamento de doenças mais graves (em coordenação com o médico).

As plantas já deram prova da sua eficácia e até mesmo da sua superioridade, em muitas áreas como os problemas digestivos, a depressão, as enxaquecas, na melhoria das funções cerebrais, nas infecções respiratórias e urinárias, na menopausa, etc. Os seus limites e contra-indicações residem apenas na sua eficácia. Entendidas como naturais, muitas vezes é subestimado o seu grande poder. Por isso as grávidas, lactantes e crianças devem utilizar a fitoterapia apenas com conselho de um especialista. O mesmo se verifica no caso de doenças graves ou crónicas ou com medicação: numerosas substâncias vegetais são susceptíveis de interferir nas moléculas químicas (é o caso dos anti-coagulantes) aumentando ou contrariando os seus efeitos.

A Consulta

O fitoterapeuta procura compreender o funcionamento global do paciente e a causa do seu problema, indo para lá da abordagem sintomática da medicina clássica e procurando restabelecer um equilíbrio geral. Para isso utiliza frequentemente plantas de desintoxicação e de sustentação de órgãos como o fígado, os rins e os intestinos. As plantas podem ser receitadas em primeira instância ou como complemento de tratamentos clássicos (por exemplo para atenuar os efeitos secundários da quimioterapia).

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