AURICULOTERAPIA

Por Caroline Morel

Em https://www.annuaire-therapeutes.com/index-des-disciplines

(com apontamentos a laranja por Manuela Godinho);

A auriculoterapia: a acupunctura das orelhas

PONTOS DE AURICULOTERAPIA

A auriculoterapia, também chamada Medicina Auricular, é uma terapia holística que visa restabelecer o equilíbrio energético no corpo e activar as capacidades de auto-cura ao estimular certas zonas reflexas do pavilhão auricular, ricas em receptores epidérmicos. A auriculoterapia é muito antiga, tão antiga como a Medicina Tradicional Chinesa, método de cura de que faz parte integrante, mas foi redescoberta em 1950 pelo doutor Paul Nogier (1908-1996), um médico generalista originário de Lyon, França.

Esta terapia baseia-se no facto do pavilhão auricular ter conexões com o cérebro através do sistema cérebro-espinal e do sistema nervoso vegetativo. Portanto, a orelha possui um lugar estratégico na recepção e na transmissão das mensagens que circulam entre o cérebro e o resto do organismo. A terapia considera também que a totalidade do corpo humano está representada na orelha, que seria como uma miniatura do nosso corpo (mais precisamente, a miniatura dum feto). Assim, certos pontos específicos das orelhas corresponderão a certas partes do nosso organismo ou a certos órgãos e o pavilhão auricular é como uma cartografia de todo o organismo. Fala-se de somatotopia auricular. Ao trabalhar nestes pontos reflexos, obter-se-á um efeito terapêutico sobre o órgão, os ossos ou a parte do corpo que lhes corresponde.

A auriculoterapia é uma forma de acupunctura da orelha que trabalha com pontos extra-meridianos da Medicina Tradicional Chinesa. No entanto, a auriculoterapia francesa e a auriculoterapia chinesa, apesar de consistirem na mesma técnica, são muito diferentes, pois cada país elaborou um mapa diferente da orelha com os pontos específicos a serem estimulados.

Em Portugal há quem pratique a auriculoterapia chinesa e quem pratique a francesa.

A auriculoterapia, para quem, para quê?

Pela estimulação de pontos no pavilhão auricular, com a ajuda de agulhas (filiformes - aplicadas sobre os pontos - intradérmicas: colocadas debaixo da pele), de pressões (esferas magnéticas - coladas na pele; sementes de mostarda: aquecidas ou não, são coladas na pele), lasers, magnetos e estimulação eléctrica, o terapeuta vai estimular uma zona reflexa que vai inibir a dor ou permitir controlar uma disfunção na zona correspondente. Isso pode mostrar-se particularmente eficaz nos casos das dores ligadas ao desgaste dum circuito nervoso (perda de sensibilidade ou de motricidade).

(A estimulação eléctrica tem a vantagem de também providenciar a detecção eléctrica dos pontos activos no tratamento). A auriculoterapia pode ser igualmente utilizada nos cuidados paliativos e em certos serviços hospitalares, no caso de amputações ou ablações, para aliviar as dores fantasmas. Pode mostrar-se igualmente interessante nos distúrbios digestivos, nos problemas de stress, de ansiedade ou nos casos de depressão ou de insónia. Poderia também aliviar os distúrbios respiratórios (asma, sinusite crónica), as alergias e certas perturbações dermatológicas (zona). Por outro lado, pode recomendar-se-la às pessoas que desejam parar de fumar ou que querem perder peso e às mulheres que sofrem de síndroma pré-menstrual. Esta terapia não é recomendada às grávidas.

Algumas informações úteis sobre uma sessão

Com quem?

Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde desde 1987, a auriculoterapia em Portugal é praticada por quem tem diplomas em acupunctura e/ou Medicina Tradicional Chinesa.

Desenvolvimento duma sessão

Existem vários tipos de técnicas de auriculoterapia. Após uma conversa com o consultante, o terapeuta irá avançar com um diagnóstico. Depois, com a ajuda dum estilete ou dum aparelho eléctrico, irá procurar um ou vários pontos sensíveis na orelha. Irá em seguida picar estes pontos sensíveis com as agulhas descartáveis, mas pode igualmente usar grãos auriculares que colará à orelha com a ajuda dum adesivo. Estas duas técnicas são as mais difundidas, mas alguns terapeutas utilizam magnetos, impulsos eléctricos ou ainda frequências laser de infravermelhos ou um bastonete em vidro de ponta arredondada para estimular os pontos reflexos na orelha. O terapeuta trabalhará numa ou na outra orelha, por vezes nas duas, em função do lado onde se situa a patologia. Em certos casos de patologias ligeiras, não é necessário fazer mais duma só sessão e o resultado pode ser imediato. Para os distúrbios mais simples e os problemas mais complexos, 2 a 3 sessões são recomendadas por um período de 3 meses.

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